Campo Grande-MS
segunda-feira, 16/09/2024

A Mobilização Nacional de Identificação e Busca de Pessoas Desaparecidas, realizada entre 26 e 30 de agosto de 2024, trouxe resultados importantes em Mato Grosso do Sul. A campanha, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Polícia Civil e a Polícia Científica do estado, envolveu a coleta de material genético de familiares de desaparecidos.

Lançada oficialmente no dia 27 de agosto na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Campo Grande, a iniciativa teve como objetivo principal reforçar o Banco Estadual e Nacional de Perfis Genéticos, promovendo a identificação de pessoas desaparecidas em todo o Brasil.

O evento contou com a presença da perita Josemirtes Prado, diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), e do delegado Carlos Delano, titular da DHPP, que ressaltaram a importância da coleta de DNA como passo essencial para o sucesso da mobilização.

Resultados expressivos

Durante a campanha realizada em Mato Grosso do Sul, foram coletadas amostras de DNA de familiares em 37 casos de desaparecimento, somando 49 coletas no estado. Campo Grande registrou o maior número, com 16 familiares participando, seguido por Dourados, com 16 coletas, e Costa Rica, que contabilizou 7 familiares. Nos demais municípios – Aquidauana, Corumbá, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas – foram realizadas 10 coletas ao todo.

Essas amostras foram enviadas para análise e integrarão a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), que permite o confronto de dados com outras amostras de todo o país.

Esse cruzamento de informações é uma ferramenta essencial para a localização de desaparecidos, especialmente em casos de longa data, como o de Edmilson de Lisboa Duarte, desaparecido há dois anos no bairro Tijuca.

Seu irmão, Nildo Duarte, foi um dos primeiros a doar material genético na campanha, mantendo a esperança de encontrar o familiar desaparecido.

Avanços nas etapas futuras

A campanha segue em outras fases. A segunda etapa se concentrará na coleta de impressões digitais e material genético de pessoas vivas sem identificação, enquanto a terceira fase, chamada de análise do backlog, fará a verificação das impressões digitais de corpos não identificados que estão armazenadas em bancos de dados estaduais e federais.

Todos os dados coletados serão integrados ao banco nacional, com a expectativa de confrontar mais de 220 mil perfis genéticos registrados desde 2014.

O desafio dos números

Mato Grosso do Sul registrou 1.468 desaparecimentos em 2023, sendo que em 2024, até agosto, o número já alcança 803 casos, a maioria composta por homens. Esses números refletem o desafio enfrentado pelas autoridades para identificar desaparecidos, muitos dos quais acabam sendo encontrados após reaparecerem por conta própria.

Contudo, a persistência dos casos não resolvidos é o foco dessa campanha nacional.

Com 15 pontos de coleta de material genético de familiares de pessoas desaparecidas no estado, essa ação é constante.

A diretora do IALF, Josemirtes reforça que “a mobilização e as próximas etapas servem como alerta para aqueles que têm um familiar desaparecido. Procurem as autoridades e uma das unidades da Polícia Científica, pois a coleta de material genético é um serviço contínuo”.

Essa mobilização é um passo essencial na luta para reduzir o número de desaparecidos e fornecer respostas às famílias que aguardam notícias de seus entes queridos.

Joelma Belchior, Comunicação Sejusp
Maria Ester Rossoni, Comunicação Polícia Científica

Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul