Pesquisa do jornalista Sergio Cruz, da ASL e do IHGMS
Justificando-se em eventual aversão do judeu para as atividades agrícolas, únicas abertas à imigração, o matogrossense Filinto Muller, chefe de polícia do Rio de Janeiro, no governo Vargas, e que depois viria a ser senador por diversos mandatos em Mato Grosso, recomendava em relatório ao Ministro Francisco Campos, da Justiça e Negócios Interiores, a manutenção das restrições à entrada de judeus no Brasil. O memorial apontava três razões para vetar a entrada de judeus alemães, perseguidos pelo nazismo:
1) por não se dedicarem à agricultura, contrariando a política tradicional do Departamento Nacional de Povoamento que tem por objetivo fomentar a corrente migratória para o campo;
2) por se dedicarem às atividades comerciais de baixa classe, desorganizando todo o comércio nacional nas cidades do interior do país; e
3) no tocante às suas ideias políticas.
Filinto foi acusado de haver entregue a militante comunista Olga Benário, mulher de Luiz Carlos Prestes ao governo nazista de Adolf Hitler.
FONTE: Maria Luiza Tucci Carneiro, O anti-semitismo na era Vargas, Editora Brasiliense, São Paulo, 1988, página 338.