Condição afeta um em cada três adultos no mundo
O Dia Mundial da Hipertensão é celebrado em 17 de maio. A data tem como objetivo alertar a população sobre os riscos da pressão alta e reforçar a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico.
A hipertensão arterial é uma condição crônica que afeta milhões de brasileiros e está entre os principais fatores de risco para doenças graves. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três pessoas adultas no mundo sofrem com a “pressão alta”, como é popularmente conhecida.
A cardiologista Adriana Lugo Ferrachini, do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS),filiado à Rede Ebserh, esclarece as principais questões relacionadas à hipertensão.
– Quais os principais fatores de risco para a hipertensão?
R: Genética, idade, sobrepeso ou obesidade, ingestão de sódio, sedentarismo, consumo de álcool e apneia obstrutiva do sono.
– Quais os principais riscos e complicações causadas pela hipertensão?
R: Valores de pressão arterial elevados têm sido tradicionalmente associados ao risco para cardiopatia isquêmica, acidente vascular encefálico (AVE), insuficiência cardíaca, doença renal crônica e mortalidade precoce.
– Quais os principais sintomas da hipertensão?
R: A hipertensão é uma doença silenciosa, por isso em todo atendimento médico a pressão arterial deve ser medida.
– Muitas pessoas atualmente aferem a pressão arterial por conta própria. Esses equipamentos domésticos são confiáveis? Quais os melhores equipamentos domésticos para aferição da pressão arterial?
R: Os melhores aparelhos para medida domiciliar são aqueles que medem a pressão no braço e não no punho. É importante que o aparelho seja calibrado uma vez por ano.
Lembrar que em pacientes obesos o uso de um manguito com tamanho e forma ideais em relação ao braço do paciente é fundamental.
Ao medir a pressão o paciente deve aguardar pelo menos 60 minutos após a pratica de exercícios físicos e 30 minutos após fumar, não pode ter ingerido bebidas alcoólicas e não pode estar com a bexiga cheia.
– Quando é necessário o uso de medicamentos para controle da pressão arterial?
R: O paciente deve procurar o médico para verificar se necessita tomar medicação. Há casos em que apenas a mudança de estilo de vida, caracterizada por dieta pobre em sódio e gorduras, somada à redução do consumo de bebida alcoólica e pratica regular de atividade física, conseguem controlar a pressão.
No entanto, há casos em que é necessária a prescrição de medicações anti-hipertensivas associadas à mudança de estilo de vida.
– A hipertensão é o principal fator que leva ao infarto e AVC?
R: Não é o principal, mas está entre os principais.
– Quando a hipertensão pode ser considerada grave?
R: A hipertensão é considerada grave quando ocorre lesão de órgãos-alvo, que são lesões estruturais e/ou funcionais em vasos, coração, cérebro, rins e retina.
– Numa crise, existe alguma(s) medida(s) que a pessoa possa adotar imediatamente para baixar/controlar a pressão arterial rapidamente?
R: Não, numa crise o paciente precisa procurar imediatamente as unidades de pronto atendimento médico (UPA). Na maioria das vezes é possível controlar a pressão na UPA, casos mais graves precisam ser encaminhados para o hospital.
– Há alimentos que podem aumentar ou diminuir a pressão arterial? Quais?
R: A população em geral deve controlar a ingestão de sódio, o ideal é que seja consumido aproximadamente 2 gramas por dia (equivalente a cerca de 5 gramas de sal por dia, ou seja, uma colher de chá rasa de sal), isso porque aproximadamente 40% do sal é sódio.
É preciso lembrar que os alimentos industrializados e processados são ricos em sódio, portanto deve-se evitar presunto, bacon, salame, linguiça, patê, peixe defumado, sopas em pacote, alimentos em conserva (ervilha, milho, sardinha), temperos prontos, caldos de carne, molho shoyu, maionese, catchup e refrigerante. O consumo excessivo de álcool também contribui para o aumento da pressão arterial.
O ideal é dar preferência ao consumo de frutas, verduras, legumes, cereais, carnes com pouca quantidade de gordura e temperos naturais, pois estes são os alimentos que fazem bem ao coração.
Fonte e Foto: Comunicação Regional 25 – Hospital Universitário-UFMS
